Clima: Em Bonn, países relançam negociações sobre uma "nova ordem mundial"

Os brasileiros chamam isso de "mutirão", ou mobilização coletiva para atingir um objetivo. O objetivo da presidência da 30ª Conferência Mundial do Clima (COP30), que será realizada em Belém, Brasil, em novembro, é um dos mais complexos do momento: acelerar o combate às mudanças climáticas e fortalecer o multilateralismo.
É com este slogan que se abrem as negociações climáticas provisórias em Bonn (Alemanha), de 16 a 26 de junho, que preparam a COP30. Um desafio, visto que estas negociações internacionais, as primeiras organizadas desde a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, decorrem num mundo mais fragmentado do que nunca, abalado por múltiplas crises e guerras. "Uma nova ordem mundial em termos de clima", resume Li Shuo, diretor de política climática chinesa no Asia Society Policy Institute.
Essas negociações técnicas e processuais não levarão a decisões, visto que os ministros não estão participando. Mas serão importantes para "medir a temperatura" , "ver onde os países estão prontos para avançar" apesar da ausência dos americanos e "esclarecer as expectativas da presidência brasileira" , explica Lola Vallejo, diretora da equipe de clima da Fundação Europeia do Clima. Enquanto a COP29, em Baku, Azerbaijão, terminou no final de 2024 em um clima dividido, com um acordo que deixou um gosto muito amargo para os países do Sul , "o principal desafio em Bonn será restaurar a confiança entre os países" , acrescenta Hélène Van Rossum, pesquisadora do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Relações Internacionais.
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Le Monde